Medalha de Diamante para Oksana

Sara Puerta
2 min readJul 26, 2021
Oksana Chusovitina, a ginasta do Uzbequistão em sua 8ª Olimpíada — talvez a última

46 anos. A ginasta Oksana Chusovitina tem 46 anos. Não escrevo aqui para ressaltar que “nossa-nem-parece!” , porque, honestamente, não parecer uma idade não é elogio.

Escrevo sobre Okasana para ressaltar, que com 46 anos, ela participa de sua oitava olimpíada da vida. Nessa trajetória em competições olímpicas foram duas medalhas: uma de ouro, em Barcelona (1992) e uma de prata em Pequim (2008). Também defendeu três equipes diferentes: a CEI (ex URSS), no início de tudo, a Alemanha e agora a do país natal.

Como ginasta, uma técnica incrível, que eu, com meus conhecimentos apenas de fã da modalidade não sei explicar, mas que as comentaristas na tv ressaltaram que ela é perfeita.

Como mulher, admirável determinação e força, para encarar tantos anos de treinamento mesmo com a maternidade, seguiu em competições de alto rendimento. Apenas, ela e mais duas ginastas do mundo todo seguiram o foco no alto nível, após serem mães.

E, um dos filhos dela, Alisher, é uma das razões da continuidade na carreira. Quando foi diagnosticado com leucemia, em 2002, Oksana mudou-se para Alemanha para buscar tratamento ao menino, com três anos na época. Para custear as despesas, ela que estava “aposentada”, passou a defender a equipe do país. Em 2008, a prata conquistada foi para a conta dos alemães e o filho curado.

Na competição desse domingo, 25.07, as outras competidoras, que sequer pensaram estar em posição de adversárias, prestaram toda homenagem a essa lenda da ginástica, que atravessou transformações geopolíticas e pessoais, e também no esporte e resistiu ao tempo, lapidada — e saindo ovacionada, arrancando lágrimas de espectadores, treinadores, comentaristas e de quem estava no estádio.

Uso adversárias entre aspas mesmo, porque o máximo respeito das outras ginastas foi visível e não há quem não torça para quem vence adversidades e tem força hipnotisante.

Oksana chegou a se aposentar, mas reconsiderou a decisão para competir na ginástica, no Rio de Janeiro, desta vez sob a bandeira do seu país de origem: Uzbequistão.

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Sara Puerta

Nem tudo é sobre mim. Mas tem muito do que eu vejo.